quarta-feira, 28 de março de 2007

Se um dia ...




“Se um dia lhe der uma louca vontade de chorar... me chame. Não lhe prometo fazer sorrir, mas posso chorar com você. Se um dia resolver fugir, não se esqueça de me chamar. Não lhe prometo pedir pra ficar, mas posso fugir com você. Se um dia lhe der uma louca vontade de não falar com ninguém ... me chama assim mesmo, prometo ficar bem quietinho... mas ... se um dia você me chamar e eu não responder... vem correndo ao meu encontro...talvez eu precise muito de você...”
("versos e pensamentos" ... roubei por aí )

sexta-feira, 23 de março de 2007

"Síndroma pré-fim de semana"


Se prestarmos atenção ao comportamento e expressão facial dos transeuntes com quem nos cruzamos diariamente, facilmente detectamos, logo pelas manhãs de Sexta Feira, um certo brilho contagiante, que caracteriza a maioria das pessoas, e se traduz num quase espontâneo esboçar de sorrisos, imediatamente reprimidos eventualmente pela lembrança de quanto é efémero o que os provoca, e que igualmente se revela nos mesmos rostos logo pelas manhãs de Segunda Feira.
É igualmente notório como pessoas que atingiram ou estão prestes a atingir o meio século, tendem a viver mais intensamente cada momento da vida. Pena que nem sempre possamos confinar essa intensidade apenas aos momentos agradáveis, abstraindo-nos dos mais penosos e que provavelmente são os responsáveis pelas "marcas da idade" ... vulgo rugas :-)
Have a nice Friday !!! And ... Have a nice Weekend !!!

terça-feira, 20 de março de 2007

Se eu fosse mariposa ...



Se eu fosse mariposa ...
E pudesse assim voar,
Levar-te-ia uma rosa,
Nem sei bem a que lugar.

Sempre voando baixinho ...
E sibilando ao teu ouvido,
Julgar-me-ias passarinho ...
E quererias ficar comigo.

Mas como eu voar não sei,
E tu de mim andas fugido,
Prometo-me que esquecerei,
Que já te chamei ... Amigo!

Surgiu num momento de ócio
Não é uma utopia desfeita.
Resulta do equinócio ...
É a Primavera à espreita!
(Adrianna)

Esperança


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mario Quintana


segunda-feira, 19 de março de 2007

Pai de qualquer jeito



Tem pai que ama,
Tem pai que esquece do amor.
Tem pai que adota,
Tem pai que abandona.
Tem pai que não sabe que é pai,
Tem filho que não sabe do pai.
Tem pai ...
Tem pai que dá amor,
Tem pai que dá presente.
Tem pai por amor,
Tem pai por acaso.
Tem pai que se preocupa com os problemas do filho,
Tem pai que não sabe dos problemas do filho...
Tem pai ...
Tem pai que ensina,
Tem pai que não tem tempo.
Tem pai que sofre com o sofrimento do filho,
Tem pai que deixa o filho esquecido.
Tem pai de todo jeito.
Tem pai que encaminha o filho,
Tem pai que o deixa no caminho.
Tem pai que assume,
Tem pai que rejeita.
Tem pai que acaricia,
Tem pai que não sabe onde está o filho
que precisa de carinho.
Tem pai que afaga,
Tem pai que só pensa em negócios.
Tem...
Tem pai de todo jeito.
E você???
Que tipo de pai você é?
Eu quero um pai,
apenas um pai
que esteja consciente do amor
que tem para dividir...
Eu quero um pai,
apenas um pai
que seja AMIGO!
A todos os Pais,
um carinhoso abraço!
Deus Pai os abençoe!
(autor desconhecido)

domingo, 18 de março de 2007

Existem fantasmas?


Conta um amigo que há muitos anos, quando ele ainda era garoto, uma situação banal e puramente inocente, faria nascer um boato sobre a existência de um fantasma que durante muito tempo assombraria a localidade onde moravam.

Numa certa noite, a sua mãe terá acordado com fortes cólicas abdominais e querendo evitar incomodar os restantes habitantes da casa, desceu as escadas em camisa de dormir, disposta a andar um pouco na esperança de melhorar e embrenhou-se por entre a vinha que ladeava a habitação. Minutos depois, foi acometida por um mau estar, a que se seguiu uma absoluta, urgente e inadiável necessidade de esvasiar a tripa ali mesmo!

O processo foi algo demorado, dado que a cada tentativa de dar por finda a tarefa, outra cólica a atormentava, obrigando-a a deslocar-se por entre as videiras, ora erguendo-se na intenção de regressar a casa, ora voltando a por-se de cócaras, até que finalmente conseguiu fazer o caminho de volta e se enfiou de novo na cama, aliviada e satisfeita por ninguém ter acordado.

Passado algum tempo a família cordou sobressaltada devido a grande algazarra de pessoal da aldeia que de lampiões erguidos e armados de forquilhas, enchadas e paus, tinham saltado o muro e invadido o quintal, gritando que um fantasma vestindo de branco assombrava a aldeia e tinha sido visto a esvoaçar sobre a vinha da propriedade!!!

Apanhada de surpresa, a mãe do meu amigo incapaz de articular palavra, manteve-se em silêncio, acabando por guardar segredo sobre o ocorrido, factos que só mais tarde revelou à própria família, provocando grande risota.

Anos depois ainda se murmurava na aldeia sobre o malvado fantasma que naquela noite tinha descido à aldeia e de como o povo corajosamente o perseguira!!!

O cacto que chorou sangue ...


Enquanto hoje observava as diversas florinhas que começam a desabrochar nos vasos da minha varanda e no canteiro, veio-me à memória uma marotice há muitos anos praticada por um meu colega, já aposentado.

No organismo onde trabalho, o horário é de caracter permanente e obrigatório e há uns anos atrás, as diversas Secções eram constituídas quase exclusivamente por homens de meia idade, cuja vida tinha sido dedicada à instituição, alguns levando o trabalho tão a sério que faziam da sua profissão um sacerdócio.

Numa das secções havia um funcionário, o Senhor Pinho, que tinha sobre o cacifo um vaso com um cacto que lhe fora oferecido por uma namorada, do qual cuidava religiosamente, dedicando-lhe exagerada atenção, chamando a atenção dos colegas e dando origem a piadinhas.

Um dia, o Rito, um dos novatos na secção, aproveitando uma ausência do Senhor Pinho, injectou uma seringa de tinta vermelha no cato e esperou o resultado que não demoraria muito.

No dia seguinte a tragédia seria notícia! Foram encontrar o Senhor Pinho agarrado ao cacto, triste e tão inconsolável que metia dó, vendo-o brotar "sangue" por todos os picos. Lamentava-se dizendo que aquilo só podia ser um mau sinal.

- Só pode ser um "prenuncio de morte" ... decerto singifica o fim do namoro com a minha Julinha!!! E de facto, assim aconteceria dias depois, vá-se lá saber porquê !!!

Mas o verdadeiro mistério que envolveu o "choro de sangue" do cacto, creio que ficou sempre por desvendar!!!

sábado, 17 de março de 2007

Encontrei a "porta" do céu !!!


Andava eu muito distraída à procura duma imagem que a laurita me tinha pedido, quando de repente encontro aquilo que muitos duvidam que exista e outros tantos gostariam de descobrir ... a porta do céu!!!

Ora vejam só! Afinal o céu deve mesmo existir e pelos vistos parece de muito fácil acesso, já que não vejo porta, nem tranca nem guarda ou porteiro, mas uma simples abertura. Vou memorizar o local para quando puder inspeccionar melhor ou mesmo se um dia destes me sentir tentada a entrar. Por enquanto, fico-me por cá ... ainda tenho uns quantos pecaditos a cometer aqui no inferno.

quarta-feira, 14 de março de 2007

De candeia apagada ...


Sendo eu muito comunicativa e expansiva e o meu companheiro reservado e pouco dado a convívios, é frequente as pessoas que nos conhecem, sobretudo os nossos amigos, em ar de brincadeira, questionarem-nos sobre qual de nós tomou a iniciativa. Invariavelmente, a resposta é sempre a mesma e dada por mim:

Sabem, foi numa noite muito escura, munida de uma candeia ... meti pés a caminho e nem queiram saber a trabalheira que foi ... andei toda a noite à procura até encontrar esta "ave rara" (referindo-me ao meu cara metade eheheheh)

Aqui para nós que ninguém nos ouve, tenho omitido um pequenito pormenor. A verdade verdadinha é que mal meti pés ao caminho, tropecei logo num vulto e com a atrapalhação própria duma jovem acabadinha de sair da adolescência, imaginem que não reparei que nem sequer tivera tempo de acender a candeia!!!

Daí até começarem a surgir os primeiros "defeitos de fabrico" foi um pulinho, mas como nas noites que se seguiram fazia uma ventania danada, o que impossibilitaria repetir a tarefa e certamente dificultaria manter acesa a candeia, e também porque sempre duvidei e ainda hoje duvido que exista um exemplar destes perfeito, prometi a mim mesma ignorar os defeitos e reter só as virtudes, dando-me por satisfeita.
Agora, 2 décadas passadas há muito, por um processo eventualmente inverso ao que ocorre com o vinho do Porto, vão-se refinando os defeitos, enquanto as borras, quer dizer as virtudes, teimam em mirrar e ficar coladas ao fundo do pipo.

Hoje interrogo-me se naquela noite em que fui tão apressadinha, não devia ter sido mais cuidadosa na procura ... devia pelo menos ter acendido a candeia !!!

Nota: Não é pra levarem a sério ... de tempos a tempos acordo assim, rabujenta. Mas logo, logo passa!!!


segunda-feira, 12 de março de 2007

Algo estranho aconteceu ...


Bem, isto nem era para para divulgar, costumo ser muito recatada, diria mesmo até púdica quando se trata de partilhar ocorrências deste tipo, mas já que os visitantes são todos tão solidários, simpáticos e carinhosos comigo, aqui vai ...

Devem ter estranhado esta manhã encontrarem uma abelhinha a guardar o meu lugar. Como devem calcular, tudo tem uma explicação e isto não é excepção.

Ontem recebi uns amigos, cujos nomes me privo de divulgar, para evitar constrangimentos e até não ferir susceptibilidades nos demais, digamos que foi assim um convívio a modos que intímo, entendem? Não, não foi um bacanal, também não exageremos. Como ia dizendo, conversa puxa conversa ... uma bebida atrás de outra, ainda meteu uns passitos de dança etc. e tal, e só me lembro que de repente comecei a ficar ensonada.

Para além de ter ouvido o zumbido duma abelhinha e uns gritos aflitos, não me lembro de mais nada, só sei que acordei esta manhã junto à piscina, sem roupita, com uma simpática abelhita muito espantada a mirar-me do alto do arbusto. Do meu polo branco nem sinal, apenas encontrei o calção a uns passos dali, razão porque nem me atrevi a abrir a porta logo de manhã e deixar-vos ver-me nessa figura!!! É que pode não parecer, mas sou muito inibida, sabem???
Enquanto não descubro quem foi o maroto que escondeu ou levou a minha blusinha branca, fico por aqui, expondo só a bundinha. Ora, não ia aparecer aqui nua, além de ter vergonha iam pensar que sou um depravada!



domingo, 11 de março de 2007

Bom dia !!!




Hellooo!!! Anda aqui mais alguém ???
Sou a abelhinha ... fiquei a cuidar do jardim da Adrianna
enquanto ela tira uma soneca


Fotógrafo tarado ...


Enquanto namorava, costumávamos ir para as praias da Costa (Fonte da Telha, Praia do Rei, Rainha, etc.) mas depois de casarmos, optámos pelas praias da linha de Cascais e Guincho. Íamos com um casal amigo ou com os nossos padrinhos e por lá passávamos todo o dia, almoçando quase sempre no mesmo restaurante, onde era frequente encontrarmos um casal conhecido do padrinho. Era uma dupla estranha, com hábitos fora do comum. Não se davam com ninguém, viviam sós e tinham um daqueles caniches tipo "lulu" que não os largava nunca e que mais tarde percebi ser o único elemento normal da "família !!!

O Doutor "Hilário", chamemos-lhe assim, era um dentista que nunca ninguém via sóbrio, mas um profissional irrepreensível, aplicado e muitíssimo eficiente. Além disso, tinha um extraordinário jeito para a condução, levando-nos a suspeitar se a viatura, um velho NSU, não estaria equipada com "piloto automático" que a conduzisse sem a sua intervenção, já que mesmo a cambalear, enfiava-se no carro e conduzia-o com uma perícia incrível! Víamo-lo às vezes de longe aos zigue-zagues na estrada, mas depressa acertava a "agulha" e sem consequências de maior, para além de um ou outro susto que causava à Alicinha, chegavam sãos e salvos ao destino.

Esse amigo dentista, herdara um moinho transformado em habitação perto da Malveira da Serra, que mantinha fechado, desleixado, quase em total abandono. Sempre que nos encontrava, puxava da chave e insistia para que passássemos ali uns dias.

Num mês de Agosto cujo ano já não recordo, aceitámos e lá fomos os 5: eu, o meu marido, os padrinhos e o filho deles, um jovem de 18 anos. Lá nos instalámos na esperança de passarmos 2 semanitas em sossego, longe do reboliço da cidade. Tínhamos praia perto e a serra a 2 passos, podendo fazer passeios a pé, e nos dias mais ventosos,enquanto os homens tratavam dos arbustos, tornando o espaço mais agradável, nós aproveitávamos o sol, junto ao tanque que servia de piscina.

Como o casal era muito solitário, entendemos por bem convidá-lo pelo menos uma vez para almoçar connosco na casa que amavelmente nos cedera. Ainda me lembro da seca que foi esperá-los, empoleirados nos pinheiros que circundavam o moinho ou em pé nos bancos junto ao muro que vedava a propriedade, almoço pronto, estômagos a dar horas, olhos fixos na estrada e dos visitantes nem sinal! Acabaram por chegar já próximo das 3 da tarde e imediatamente nos apercebemos de que já não vinham sós ... "trazia também a cadela", como dizia o padrinho eheheh
Lá almoçámos todos, à excepção do filho dos padrinhos que não tivera pachorra para os esperar, almoçara sozinho e partira de moto para o Estoril onde a namorada o esperava. A nós cabía-nos uma árdua tarefa nos aguardava ... ajudar a curar uma ressaca.

Ressaca que não chegou a existir, já que depois de almoço, o Doutor Hilário começou servir-se de bebida atrás de bebida e a certa altura apareceu com uma máquina fotográfica que começou a disparar sugerindo, dirigindo-se primeiro à sua companheira Alicinha que devíamos vestir o bikini. Depois ... obviamente ... com o calor que fazia, por que eu não o fazia também???
Lembro-me que o fiz não tanto por vontade própria, mas porque os bêbados são tão insistentes que não adianta contrariá-los. E assim, durante toda a tarde, sob o olhar condescendente do meu marido, o aplicado "fotógrafo" disparou "n" vezes na minha direcção. Os homens, trocavam olhares maliciosos e incapazes de se conter, largavam gargalhadas, que felizmente eram abafadas pelo ruído dos motores dos carros e motorizadas que circulavam na estrada próxima.











O "fotógrafo" ia sugerindo diversas poses, enquanto tecia elogios aos meus atributos físicos, na altura com cerca de 25 anos, dizendo que resultaria dali um excelente trabalho artistício! Nunca tive paciência para aturar bêbados e nem sei como suportei ouvir tanta vez "olha o passarinho"!!! Ainda fiz alusão ao exagero de fotos e respectivos custos, mas ele sossegava-nos, dizendo que ele próprio faria a revelação, que só aproveitaria as melhores e nos daria cópias!!!




Algum tempo depois, fui ao seu consultório. Partira um dente em miúda e ele fez-me uma impecável correcção (implante-pivô) que hoje, 25 anos depois, continua perfeitíssima. Lembro-me de ter passado o tempo todo agarrada à cadeira aterrorizada, com a assistente (a Alicinha) ao lado a tranquilizar-me.

O melhor da estória: Quando lhe perguntei pelas famosas fotos, notei alguma atrapalhação e foi a Alicinha que me segredou que ele se esquecera de usar rolo na máquina ... ganda pulha!!! Agora até acho alguma piada, mas na hora fiquei capaz de o esganar!!!

Nota: Suponho que o "Doutor Hilário" já tenha falecido ... oxalá que onde quer que esteja continue a desfrutar das coisas boas de que tanto gostava :d)

quinta-feira, 8 de março de 2007

O Nosso DIA ... porquê só um???

Não sou, nem nunca fui apologista de festejar dias específicos seja do que for, nem mesmo dou importância de maior ao meu aniversário. Prefiro pensar que todos os dias são bons para fazer o que me der na telha eheheh
No entanto, aproveitando o facto de se dizer que hoje era o dia da mulher, aceitei o convite dum amigo e passei um dia espectacular!!!
Fomos até Sesimbra, onde nos abastecemos com um belo farnel, e fizemos um passeio babuloso.
Primeiro subimos ao castelo onde nos demorámos apenas o tempo suficiente para lá do alto admirarmos a paisagem e a vila de Sesimbra ... é uma vista magnífica que eu aconselho!!!
O meu amigo aproveitou para me oferecer uma flor muito especial, não uma flor qualquer, daquelas que qualquer um pode comprar numa florista, mas uma flor exactamente a condizer comigo ... uma simples papoila colhida ali mesmo, junto ao castelo!!! Depois seguimos até ao Meco.

O almoço foi a dois, num pequeno barquito e eu que até nem gosto de "dias especiais", acabei por ter direito a mais 2 presentes: Um que obviamente nem preciso referir; o outro é uma bonequita, muito fofa, que segundo me disse, comprou por a achar parecida comigo, mas sem o querer contrariar não acho muito, só se for naqueles dias invernosos quando recorro a todo o tipo de agasalhos, porque de resto gosto de andar bem "descascadinha"... ainda hoje, com esta temperatura ambiente qualquer pessoa normal optaria por um "encontro em local recatado", eu que nunca me guio muito pela lógica e adoro seguir o meu instinto, de repente senti calor suficiente para me despir e aventurar a mergulhar naquela água transparente, calma, despoluída e livre de mirones!!!

Ainda sobrou tempo para me "esparramar" ao sol e sentir o agradável contacto da areia na minha pele.

Bem ... confesso que agora aqui sentada, frente ao pc, o sono a baralhar-me as ideias, começo a sentir-me confusa e pensando com os meus botões ... terá isto acontecido mesmo??? ou será fruto da minha fértil imaginação??? terei sonhado??? Hummm sabem que não sei??? Mas lá que isto tudo encaixa bem na minha cabecita e me parece uma ideia fantástica e a pôr em prática ...

terça-feira, 6 de março de 2007

Amor platónico



Era ainda uma criança
Nem 15 anos eu teria
Logo um grande amor brotou
Que uns 20 anos duraria!

Ele moço, rapaz estudante
Eu, uma aldeã vizinha
Olhávamo-nos um instante
E eu, ficava logo doidinha

Anos depois eu parti
Ele, lá ficou tão distante
Mas jamais o esqueci
Pensando nele cada instante

Apesar da minha idade
Nenhum outro me interessava
E já depois, na cidade,
Com ele sempre “sonhava”

Sabia que era doideira
O Amor não é assim ...
Mas num belo dia de feira
Ele Dirigiu-se a mim

Disse-me sentir saudades
Soou-me a declaração
Insistiu com ansiedade
Pedindo-me a direcção

Durante mais de 2 anos
Quanta carta rabiscada
Ele fingia, disfarçando
Eu sonhava, enamorada

Ambos confessámos nutrir
Sentimento por alguém
Eu, sem um nome referir
Ele, omitindo-o também

Um dia ganhei coragem
E me declarei por escrito
Ele sincero e sem rodeios
Deu o dito por não dito!


Destroçada, orgulho ferido
Grande tristeza eu senti!
E nunca mais o quis ver
Nem sei como não morri!!

Era tal a minha mágoa
De viver quis desistir
Mas uma amiga querida
Obrigou-me a reagir

Anos depois, eu casei
Também ele se casara
E um dia, acidentado
Soube que por mim chamara

Com o coração a doer
Não resisti ao chamado
Fui visitá-lo a correr
Estava hospitalizado!

Houve uma aproximação
Um pôr de conversa em dia
E nos momentos de emoção
A verdade surgiria!!!

Só então compreendi
Só como amiga me via
O que antes não descobri
Agora eu bem o sabia!

O defeito não era meu
Só dizer-mo não queria
Anatomicamente, eu …
Não tinha o que preferia

20 anos então passados
E de mentalidades abertas
Estamos mais sensibilizados
Para aceitar a “descoberta”

Foi assim que finalmente
De forma muito arrojada
Libertei a minha mente
Que se mantinha ofuscada !!!

(Adrianna)


sábado, 3 de março de 2007

A minha "Primeira vez" ...

À semelhança do que um dia aconteceu ao Poeta Bocage em que estando ele muito aflito, a necessitar urgentemente de satisfazer as suas necessidades fisiológicas, em pleno jardim da Estrela e ao dar de caras com a Raínha que no exacto momento fazia o seu passeio matinal, reza a lenda que naquele seu jeito irreverente, boémio, espontâneo, decide trepar a uma árvore e, virando o traseiro para Sua Alteza Real, limita-se a esconder o rosto com o argumento de que era nele que a vergonha o afligia e, de calças na mão, traseiro a descoberto, foi "arreando o calhau" ... também a mim, sempre que a vergonha me invade, é nesta posição, evitando o contacto directo, que opto por partilhar as minhas experiências mais intimas, já que decorrido tanto tempo, ainda sinto o meu corpo tremer a cada lembrança do que aconteceu naquele verão quente, deixando-me inibida, desconfortável e ruborizada, sempre que me proponho partilhar a minha experiência vivida com alguém tão especial!!!
Foi na Costa na Caparica, mais concretamente na praia do Rei, tendo as dunas por testemunha, que pela primeira vez me deixei tocar por ELE! Sabia, tinham-me descrito detalhadamente, como era vigoroso, intimidador, possuidor duma força sobrenatural, violento, impiedoso, mas ao mesmo tempo agindo de um jeito peculiar, sedutor, que nos hipnotizava e nos impedia de lhe resistir, nos embalava até nos adormecer, transformando-nos em “presas fáceis, completamente à sua mercê. Bem me tinham avisado mas nós, adolescentes e jovens além de descuidadas, somos destemidas, e deixamo-nos seguir pelos impulsos do nosso corpo e como se sabe, uma jovem enamorada raramente é dotada de bom senso.
ELE esperava-me ... chamava-me!Lenta e apaixonadamente, fui encurtando a distância que nos separava, à medida que era invadida por uma vontade inabalável de me despir e me deixar arrebatar, o que ia fazendo em gestos firmes e decisivos, mantendo por fim numa réstea de pudor, a minúscula tanguinha tipo “fio dental" permitindo que fosse ele próprio, abruptamente a arrancar-ma logo ao primeiro contacto.
Aproximei-me, ansiosa, imaginando as loucas sensações que iria experimentar!!!
Senti a minha nudez roçando nele, as suas "carícias" ásperas, vigorosas e gélidas percorreram-me todo o corpo, provocando vibrações em todo o meu interior e proporcionando-me sensações intensas, únicas, indescritíveis, nunca antes experimentadas !!!
Sentia-me cada vez mais dominada e atraída por ELE, ansiando aquele momento mágico de que tanto ouvira falar e, completamente extasiada, fechei os olhos e deixei-me arrebatar contra si.
A comoção foi tal que do que se passou a seguir só me lembro de ter acordado alguns minutos depois, estendida, totalmente "vestida" daquela areia muito fina e húmida"
E, recordo de ter voltado a mim e, envergonhada, ter exclamado:
- Sim, era mesmo assim que o imaginava! Valeu a pena ter vindo de tão longe para este maravilhoso e inesquecível encontro com o MAR!!