domingo, 30 de setembro de 2007

Ah, Quanta melancolia!

Ah, quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!

Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.

Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu

Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
(Fernando Pessoa)


10 comentários:

Ahlka disse...

Nota-se que no tempo de Fernando Pessoa ainda não havia 'Prozac' ;))

Teté disse...

É sempre bom reler Fernando Pessoa. Quase dá para substituir o Prozac, ah, ah, ah!

Aquelas letrinhas em baixo, devem ser aí alguma instrução que não saíu a 100%, não?

Jinhos, nina!

Adrianna disse...

Bom diaaaaaaaa

Alkinha, aproxima-se a época do ano em que se calhar eu devia tomar disso eheheh

teté,
As letrinhas em baixo eram uma imagem que substitui e ficaram aqueles vestígios. Não apareciam com o servidor em casa, agora vejo-as mas não as posso eliminar pq aqui não disponho do "editor HTML" ... é só limitaºções eheheh
(mais logo, em casa mando aquilo às ortigas eheheh)

Etienne disse...

Eu juro que tentei travar a tempo quando vi o cego caído... mas não deu tempo.. juro...

Unknown disse...

Sabes Adriana, eu quando me deparo compoemas deste género, normalmente costumo recitá-los trocando os adjectivos usados pelos seus antónimos, e por vezes até resulta em poemas bastante interessantes, apesar de ter consciência que não consigo mudar o estado de espírito de quem os publica, porque é por isso que eles lá estão.
Costumo usar ‘ardis’ deste género para contornar os meus próprios estados de espírito, e em especial quando tomam estas características, os resultados são interessantes.

.)

beijoca

Unknown disse...

Ps: (atrasado) ...claro que alguns substantivos alterados compõem melhor o novo poema.

:|

L.S. Alves disse...

Lendo isso dá-me uma tristeza.

marco disse...

fernando pessoa...esse grande maluko

Adrianna disse...

Ora então, seguindo a sugestão do jotinha, o poema seria assim ...


Ah, quanta alegria!
Quanta, quanta satisfação!
Aquela alma tão cheia,
Que sinto útil e viva
Dentro do meu coração!

Que júbilo incontido!
Bem que sabe a começo!
A nau no mar não enxergo,
E o cego se ergueu na estrada -
Deixai-os, olhem enfim ...

Sossegado, sossegado,
muitos bons momentos meus

Onde for que a alma emprego -
Na estrada o cego já vê
Eis que a nau reapareceu !!!

(Poema de Pessoa alterado)


começo a sentir o efeito positivo eheheheheh

Unknown disse...

Entãao diz lá, não ficou mais interessante?
Mas atenção, sem descurar o original, que brilhantemente alude a melancolia, este exercício, pessoal reafirmo, serve exclusivamente para gerir os meus próprios estados de espírito.
Fico desta forma feliz por teres captado o sentido da coisa.

:)