Tempo — definição da angústia.
Pudesse ao menos eu agrilhoar-te
Ao coração pulsátil dum poema!
Era o devir eterno em harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
Da tinta com que escrevo.
Fica apenas a tua negra sombra:
— O passado,
Amargura maior, fotografada.
Tempo...
E não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
Que estrangule a ampulheta duma vez!
Que realize o crime e a perfeição
De cortar aquele fio movediço
De areia
Que nenhum tecelão
É capaz de tecer na sua teia!
Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'
11 comentários:
Então boas saídas do casulo!
Tenho um fascínio por ampulhetas que nem imaginas!
Mas uma vez vi uma explicação sobre uma operação de emagrecimento e conclui que dão ao estômago uma forma semelhante ao da ampulheta. Agora sempre que olho para uma lembro-me de emagrecimentos radicais... :D
Beijinhos!
ps - escuso de falar sobre o poema, que os grandes poetas dispensam elogios...
Lindo, lindo, e, quando começo a ver que estás poetisa, tem o poema assinado...escreve menina, escreve, tens tanto jeitinho... E naverdade quem dera estrangular o tempo, por vezes, e outras; quem dera que ele corresse veloz...Beijinho da laura.
Mas que saída em grande .......a reclusão no casulo fez muito bem....
È Tempo de viver e com muita garra.
Beijokitas
Obrigada minha linda Teté :)
Pois a mim, as ampulhetas só me recordam os exames e a dor de estômago que aqueles provocavam eheheh
Estou em falta contigo ... tens um espaço tão interessante que me me provoca um dilema: fico dividida entre ler e comentar devido à falta de tempo. Mas vou esforçar-me por deixar sempre um pequenino rasto.
Beijinhos
Laurinhaaaa
É verdade que já por aqui escrevi umas coisitas da minha autoria. Não considero quer fossem poemas, mas apenas desabafos.
Um dia destes a inspiração volta :))
Parisiense,
Tive uma maozinha que ajudou a romper o casulo, sabias? eheheh
beijinhos às duas
Adriana. Eu não sei desabafar em poesia. E ainda bem, porque só sairia prosa e da feia.
Já agora, as ampulhetas, deixam cair a areia toda para a barriga, volta-se e torna a cair, ficamos barrigudos..
Beijocas
xiiiiiiii nem tinha visto que tinhas novo poema :)
E dedicado ao senhor tempo! Pois continua que estou a gostar de ler :)
Minha querida, que bom ver que já entra a bagunça por aqui...bagunça no bom sentidod e teres pessoal e responderes...Oxalá tenha acabado a reclusão e que tenhas chegado à conclusão de que nem valeu a pena...Bora pra cá, rir, cantar e chorar, o que for, estamos aqui todas para todas e para amar-te...sempre..Um beijinho meu..laura.
...E depois de se cortar o fio movediço pelo estrangulamento da ampulheta não haveria mais tempo para ter tempo.
Tenhamos tempo para realizar o que ainda não realizamos...
...E não é na amargura que o iremos fazer!
Tudo de bom!
Ora que rica ideia a do marius...aperte-se o fio e acabe o tempo e as suas ideia smalucas d enos mandar trabalhar e fazer o que nem apetece...haja boa vida mas, com a carteira sempre bem fornecida...ah, tempo, eu, cá por mim apenas queria que ele voltasse atrás e mais nada, mas muito para trás...
Beijinhos..laura.
Um excelente Sábado ... com o tempo suficiente para fazeres o que te der na gana eheheh
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